Ora e como o “prometido” é devido vou deixar aqui algumas situações que me aconteceram já lá vai quase uma década!
Ora há uns dez anos atrás trabalhava numa padaria e entrava de madrugada e tinha que percorrer um caminho de quase 5 quilómetros a pé para lá chegar!
Eu nessa altura não ligava puto a coisas estranhas que me pudessem acontecer pois até essa altura nunca me tinha acontecido nada, a única coisa que queria saber era chegar lá depressa principalmente nos dias de frio e de fumar os meus dois cigarros pelo caminho.
Então um dia tudo mudou. Ia eu todo sossegadinho na minha vida, capuz na cabeça de madrugada, mãos nos bolsos e na estrada que seguia mais ao fundo era um cruzamento. Ainda longe e pouco percetível vi algo no chão, o que me parecia ser um saco do lixo preto, daqueles grandes.
Não liguei, baixei a cabeça e continuei a caminhar, quando olho uma segunda vez um pouco mais á frente vejo algo a levantar-se do cruzamento e a seguir na minha direção. Fixei o meu olhar naquilo que se dirigia para mim tentando descortinar o que era.
Vi que era um cão enorme preto, mas os olhos nem sequer brilhavam como costuma acontecer quando se vê um animal na estrada á noite. Mesmo com pouco luminosidade consegue-se ver os olhos.
O cão tomou o mesmo passeio que o meu (eu encontrava-me no passeio oposto ao dele), dirigindo-se a passo apressado para mim. Continuei a olhar para o cão até ele ficar a pouco mais de 5 metros de mim, isto sempre a caminhar.
Nisto lembrei-me o que a minha mãe me tinha ensinado uns anos antes e ao qual eu não tinha ligado nada. Ela disse-me que por vezes e de madrugada poderia estar sujeito a coisas estranhas, mas que não tivesse medo e ensinou-me uma reza pra dizer a mm próprio que era a seguinte: “Credo em Cruz, Santo nome de Jesus” e para nunca olhar para trás, acontecesse o que acontecesse.
Voltando á história, nesse momento relembro o que foi dito pela minha mãe, humildemente baixei a minha cabeça e pus os olhos no chão e disse a reza três vezes. Nisto o cão passa por mim, lado a lado, o animal não abanou a cauda, não fez nada limitou-se a passar ao meu lado sempre em passo, deve ter roçado nas minhas calças, a sensação de frio apoderou-se de mim, parecia que tinha estado dentro de um frigorífico, continuei o meu caminho sem olhar para trás até à padaria.
Uns dias depois contei á minha mãe e a mesma disse que poderia ser algo com más intenções que me queria chamar a atenção para se “encostar” a mim.
Nessa altura em que conto á minha mãe apercebo-me que não ouvi os passos do cão a aproximar-se de mim, nem mesmo quando passou ao meu lado, nem mesmo quando ficou atrás de mim.
A partir daí comecei a ter mais respeito, medo não, curiosidade sim, acredito nestas coisas ,mas tenho o meu nível de cepticismo.